Tudo começa com um bom mergulho no roteiro. É ali que Lelê Barbieri começa a pensar as peças que vão dar vida aos personagens e suas histórias. Ela faz questão de conhecer profundamente o universo narrativo de seus trabalhos. E é justamente por isso que cada vez mais diretores querem trabalhar com ela.
"Letícia é uma artista completa. Literalmente vivencia o trabalho e sabe, como poucos, que um figurino não se cria de fora para dentro – ele faz parte da alma dos personagens. Pude trabalhar com ela como ator e como diretor. E sua mente iluminada , trouxe suporte indispensável para a realização de ambos." -Marco Ricca
Para montar seus figurinos, além de contar com um Acervo próprio, com mais de 1.000 peças, Letícia percorre com seu olhar aguçado, lojas, brechós e ateliês de todos os cantos. Quando viaja, volta com a bagagem cheia de novidades. Tudo para conseguir traduzir em roupas a alma dos personagens. Quando não encontra pronto aquilo que imaginou, talentosa que é, rabisca um papel e pronto, está feito.
A paixão pelo figurino surgiu durante a faculdade, quando estudava Relações Públicas. Fez alguns trabalhos como assistente de produção e logo se viu em meio a araras, cabides e roupas. Passou 4 anos ao lado do figurinista David Parizzoti, com quem aprendeu o bastante para saber que queria aprender mais. E assim Letícia foi parar em Londres, e no Victoria and Albert Museum, se dedicou a estudos de figurino.
Em 10 anos de carreira, Lelê assinou 11 longas, 4 peças de teatro e dezenas de campanhas publicitárias do Brasil e do exterior.
Em 2008, a convite do diretor Marco Ricca, assinou seu primeiro longa-metragem, "Cabeça a Prêmio". Ainda com Marco, vestiu Rodrigo Lombardi e Fúlvio Stefanini na última tradução de Paulo Autran para o teatro, "A Grande Volta".
Em 2009, seu trabalho foi visto por mais de 2 milhões de espectadores no sucesso nacional "Bruna Surfistinha", de Marcus Baldini, com a atriz Debora Secco no papel de Bruna. O filme também lhe rendeu sua primeira indicação de melhor figurino pela Academia Brasileira de Cinema.
Em 2010, no Pará, foi a fez de "Eu Receberia as Piores Notícias dos seus Lindos Lábios" - filme vencedor de prêmios nacionais e internacionais – dirigido por Beto Brant e Renato Ciasca, com Camila Pitanga no papel de Lavínia.
Em 2012, no Rio de Janeiro, foi responsável pelo figurino de Lázaro Ramos e Aline Moraes em "O Vendedor de Passados", de Lula Buarque de Holanda.
De novo vestindo a atriz Alice Braga, Lelê viajou por 7 países com a equipe de “Latitudes”, projeto transmídia filmado em 2013, que conta a história de amor entre Olívia (Alice) e José (Daniel Oliveira).
"Lelê é pantaneira, mulher guerreira. De fina estampa e fé na vida...na alma da vida. Quero perto agora e sempre, no trabalho feito com arte e também nas estradas dessa linda amizade" - Daniel Oliveira
No mesmo ano e de volta ao Pará, ela filmou “Órfãos do Eldorado”, primeira ficção do diretor Guilherme Coelho, inspirado na obra de Milton Hatoum.
O ano de 2013 não parou por aí. A peça “Os Homens são de Marte e é pra lá que eu vou”, de Mônica Martelli, virou filme, e Lelê assinou assim mais um figurino dos grandes.
Lelê foi um presente pra mim nesse filme!
Além de talentosa , boa energia , uma delícia conviver com ela.
E mais, é pé de boi como eu. Gosto de gente assim que põe a mão na massa sem frescura, trabalha mesmo! - Mônica Martelli
Por “Califórnia”, primeira ficção dirigida por Marina Person, Letícia foi mais uma vez indicada a melhor figurinista pelo Prêmio do Cinema Brasileiro em 2015.
Com o diretor Pedro Amorim, Letícia assinou as comédias"Super Pai" e "O Divórcio" .
Entre seus mais recentes trabalhos estão o longa "Uma Quase Dupla" com Tatá Wernek e Cauã Reymond, e a série distribuída pela NetFlix para mais de 190 países: "Samantha!"
Entre os projetos de longa metragem, Letícia produz figurinos para publicidade em grandes produtoras de SP e do Rio: O2, Movie & Art, Hungry Man, Conspiração, Zoahr, entre outras.
Por Carolina Albuquerque.